Na Malveira (e em Viana) é praça cheia!

Foi já no passado dia 12 de Agosto, que tivemos a nossa corrida na Malveira.

Para o GFAL as corridas nesta localidade Saloia, são sempre muito especiais. Talvez pela proximidade do “nosso” centro de estágio, talvez porque é a terra de alguns forcados actuais (Pedro Miranda, Pedro Nunes, Pedro Gil, Daniel Batalha, Rui Gil e César Gonçalves), talvez porque nos traz à memória tantos momentos tão intensos.. Enfim, sem dúvida, uma corrida sempre especial.

Este ano, para além dos nossos elementos que já atrás mencionei, havia o aliciante de tanto, cavaleiros, novilheiro e ganadero serem da terra.

A convite do Pedro Nunes e da sua mulher, Júlia, fardámo-nos em casa deles, onde fomos extraordinariamente bem recebidos por toda a família. Pelo GFAL, muito obrigado!

Praça de Toiros da Malveira

Corrida dirigida pelo Sr. Lourenço Luzio

Marcelo Mendes e David Gomes a Cavalo

Manuel Dias Gomes a pé

Toiros de Pontes Dias

Para pegar o 1º da corrida, o nosso Cabo escolheu o João Galamba. Esteve correcto no cite e mandou na investida. Após uma boa reunião, o toiro empregou-se e o João aguentou, com valor, dois derrotes até à entrada do Grupo. Boa Pega!

Para o 2º, o escolhido foi o Martim Lopes. Talvez pela idade (15 anos) e também porque ainda não está muito “pegado”, na 1º tentativa o Martim esqueceu-se de “tourear à voz” e fez um estranho ao toiro, o que provocou que este lhe passasse ao lado. Na segunda tentativa corrigiu estes aspectos e concretizou uma boa pega com o grupo todo a ajudar bem.

Para o 3º, perfilou-se o João Luz. Esteve correctíssimo em todos os tempos da pega e com a boa ajuda de todo o grupo, fez uma boa pega à 1ª tentativa.

Para o 4º da tarde, e nosso último toiro, Daniel Batalha (“Cordobés en Córdoba”, já cá faltava!). Mais um forcado novinho (18 anos) e também pouco “pegado” que à 1ª tentativa também se esqueceu de “tourear à voz”… Na 2ª tentativa emendou, e mais uma vez, com a coesão de todo o grupo, fez uma boa pega!

Para jantar, mais um simpático convite, desta vez da família Batalha (Pais do Daniel), onde fomos novamente muitíssimo bem recebidos. Pelo GFAL, muito obrigado!

Antes de terminar, era inevitável não falar do que aconteceu no passado Domingo em Viana do Castelo.

Esse dia irá sempre ficar na história, como o dia em que a Liberdade venceu a prepotência! 
Nesse dia, os aficionados voltaram a ter uma corrida de toiros em Viana do Castelo, por ocasião das festas de Nossa Senhora da Agonia. Às ameaças e insultos de algumas centenas, os milhares de aficionados que estiveram presentes responderam com a elevação e convicção de quem defende a cultura e a identidade de um povo, ou seja as suas raízes e a sua história.

Ao contrário de outros, não pretendemos impor nada a ninguém, apenas pretendemos (e vamos continuar a lutar por isso até ao fim) que TODOS possamos ter a liberdade de escolher!

Porque é da mais elementar justiça, deixo aqui um enorme Olé à PróToiro, e ao Paulo Pessoa de Carvalho, que tão bem nos (e À Festa) souberam defender!  

Um enorme Olé também para o Pai do nosso forcado, Manuel Correia, que como Médico da Praça, contribuiu para a realização da corrida!

Pelo Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, venha vinho!

68 Anos a espalhar arte pelas arenas

Hoje, em dia especial, calhou almoçarmos com um grande amigo nosso (Tio Paulinho Lemos, sogro do nosso João Vasco Lucas) e não pudemos perder a oportunidade de fazer uma saúde ao nosso GFAL.

Pelo GFAL e pelos seus 68 anos (ininterruptos) de história, venha vinho!!!

Campo Pequeno em Agosto

Hoje recebi um pedido do Pedro para fazer uma crónica à corrida de dia 09 de Agosto.

A minha primeira reacção foi recusar, pois o jeito para escrever mais parece um ferro de palmo. Mas depois reconsiderei, e não poderia deixar de aceitar o convite feito pelo Cabo do meu Grupo.

Não vou dizer que para mim esta corrida era uma corrida indiferente porque por diversas razões não o era. Os Touros eram do meu primo Diogo e estava o nome da minha Família em jogo. Depois a merecida festa de homenagem ao Sr Augusto Gomes Jr,  o assinalar do 60.º Aniversário do Fundo de assistência dos toureiros portugueses e, para terminar em beleza, também o meu Grupo pegava no meu querido Campo Pequeno.

Da corrida pouco poderei falar pois sinceramente os Touros não foram do meu agrado. Ainda assim, o meu Grupo esteva à altura com duas fantásticas pegas.

No 1.º Touro foi à cara o Pedro Miranda, que á 2.ª tentativa e depois de um susto, fez uma belíssima pega. Após a pega, passou pelo Hospital mas chegou a tempo de jantar.

No 2.º Toiro o cara foi o  Miguel Nunes que depois de levar uns derrotes não conseguiu ficar. Voltou com a mesma garra e à 2.ª tentativa fez uma fantástica pega.

Foi com muito gosto e orgulho que depois, e pela 1.ª vez fui a um jantar do meu grupo. Todas as palavras que podia utilizar para demonstrar o que senti seriam poucas. Mas ……………. Acho que o meu Grupo merece mais, acho que o meu grupo merece, para muito breve, uma corrida a solo de 6 Touros na praça da Sua terra, acho que os Cabos do meu Grupo merecem uma Homenagem, acho que o Mestre Nuno Salvação Barreto merece ser homenageado.

Quando esse dia chegar, desde já anuncio que me irei juntar ao Grupo de forma a cumprir uma promessa que fiz há pouco ao Pedro – a de levar 6 garrafas de digestivo para as beber entre Amigos!

Bem hajam e espero que este dia chegue em breve.

Um abraço,

Carlos Passanha

E assim se passou por Paio Pires

Foi com uma praça cheia que a Aldeia de Paio Pires regressou aos toiros. É verdade que era uma praça desmontável, mas mais vale uma desmontável cheia que uma monumental às moscas.

À chegada a Paio Pires, ao final da tarde, já se respirava festa, a dos toiros mas não só, porque por estes dias celebra-se lá a Nossa Senhora da Anunciada.

Comecemos então pelo pior para ir em crescendo. O frio. Muito frio para Agosto na Aldeia de Paio Pires, o que sobrecarregava os artistas com a responsabilidade de aquecer o ambiente e manter os aficionados à temperatura ideal. Assim o conseguiram. A praça manteve-se cheia até ao fim da corrida.

Em competição com São Pedro esteve a ganadaria Prudêncio, que quase conseguiu enviar um curro mais pobre que a meteorologia. No entanto, os toiros são como os copos de água. Podemos vê-los meio cheios ou meio vazios. Estes estavam meio cheios, porque acabaram por cumprir. Quem vê trapios não vê corações e os toiros acabaram por ser melhores do que a sua apresentação prometia.

Aos Amadores de Lisboa cabia-lhes os seis da noite e o Grupo compareceu em grande forma, dando um bom espectáculo.

O primeiro da noite, lidado a cavalo por Francisco Núncio, foi pegado à segunda tentativa pelo estreante na cara Manuel Correia.

Para a cara do segundo, lidado a cavalo por Ana Batista, foi o Martim Cosme Lopes, que é provavelmente o mais jovem forcado do mundo. Em Paio Pires, e para provar que o talento que tem demonstrado não é sorte de principiante, pegou à terceira tentativa.

O terceiro, lidado a cavalo por Gilberto Filipe, seria bem pegado pelo João Galamba, à segunda tentativa. Nota ainda para o João Dias Abreu que nesta corrida deu 4 2ªas ajudas e uma 1ª.  Neste toiro foi premiado, justamente, com uma chamada à Praça para agradecer nos médios.

Durante o intervalo, a Comissão Taurina de Paio Pires quis homenagear os forcados António José Casaca, Luís Segão e Nélson Lopes pelo forte contributo que têm dado à festa brava naquela localidade e por serem “exemplos cívicos para as gentes de Paio Pires”. Naturalmente que a esta homenagem se junta o Grupo, os familiares e amigos destes três forcados.

Um deles, o Nélson Lopes, seria mesmo quem ia à cara do quarto toiro da noite, lidado a cavalo por Francisco Núncio. Foi pegado à primeira tentativa. A dar primeiras estava outro homenageado, o Luís Segão.

O quinto da noite, lidado a cavalo por Ana Batista, pertenceu ao João Varanda, também a estrear-se, e muito bem, com uma pega concretizada à primeira tentativa.

O último toiro, lidado por Gilberto Filipe e que lhe valeu o troféu de melhor lide da noite, caberia ao João Luz, que também só precisou de ir lá uma vez, rematando uma segunda parte melhor que a primeira, embora toda a corrida, como já referi, tenha sido elevada, festiva e com os artistas, em particular o Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, porque é no Vosso espaço que escrevo, a esforçar-se por dar um bom espectáculo, como sempre faz, mas neste caso com a responsabilidade maior de estar a actuar numa terra que teve de esperar muito tempo para voltar a ter toiros.

Parabéns ao Grupo e Sorte para as próximas corridas. 

Imagens da Corrida (créditos de www.taurodromo.com)

Vídeo das Pegas

José Pedro Silva

Campo Pequeno

Amanhã, como vem sendo habitual nas corridas do Campo Pequeno, concentração a partir das 19h30 no Hotel Vip Zurique.