12 abril 2011

Critérios...

No passado Sábado, dia 2 de Abril, Évora recebeu mais uma vez a anual festa do Forcado. Nos mesmos formatos dos anos anteriores mas desta feita com o preço dos bilhetes bem mais elevado e sem a corrida nocturna.
Mais uma vez o publico acabou por corresponder dando uma boa casa embora não chegando perto da enchente do ano passado.

38 grupos de forcados entraram em praça com o intuito de ganhar o concurso de cernelhas. Exibições de antigos e futuros forcados (acabam sempre por ser o ponto alto da tarde! A certeza de que a festa brava não morre e a arte tão nobre e portuguesa de bater palmas a um toiro também não!), bem como sortes antigas demonstradas por vários grupos.

No que concerne ao nosso Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, confesso que regressei a casa bastante desapontado... Não com a nossa prestação, mas com os critérios do Júri. A nossa dupla, composta pelo João Pedro Mota Ferreira e pelo Francisco Mira esteve irrepreensível, apenas numa eliminatória o Mota andou mais "ansioso" e acabou por entrar fora do timing do Mira. Enfrentámos nas diversas eliminatórias os grupos de forcados amadores: Académicos de Elvas, Aposento do Barrete Verde de Alcochete, Caldas da Rainha, Aposento da Chamusca e nas meias finais o recente mas valoroso grupo de Forcados Amadores de Beja. A nossa dupla pisou a arena com saber e decisão, com entradas oportunas baseadas no saber de dois forcados experientes e com muitas provas dadas.

Foi com agrado que no inicio do concurso ouvi anunciar pelos microfones a composição do júri (composto por nomes grandes da forcadagem nacional) e os critérios que seriam tidos em conta na avaliação das cernelhas; TEMPO - TÉCNICA -VONTADE -ENTRADA EM SIMULTÂNEO e... finalmente ESPECTACULARIDADE.

No decorrer das eliminatórias fui reparando que o Júri foi esquecendo alguns critérios e no fim... acabou por ficar a Espectacularidade. Sendo eu um fanático do mundo do Motociclismo, gostei de ver alguns cernelheiros agarrados ao guiador das vacas e muitos a fazer volteio no dorso das vacas (ao jeito de uma verdadeira competição freestyle numa boa concentração nacional). Mas, como desde pequeno me habituei a ouvir as velhas glorias a discutirem com os mais novos cernelheiros ao milímetro a colocação correcta das mãos e das pernas na cernelha, achei que embora divertido... não estava correcto. Mas são outros tempos e temos de nos actualizar!

Tenho ainda de referir uma palavra de apreço aos criadores das reses usadas no concurso, algumas delas com uma apresentação irrepreensível, pitons ao gosto de qualquer aficionado de Bilbau e algumas a investirem com mais convicção que os exemplares de muitas ganaderias da nossa praça.

Depois do concurso uma passagem pela nossa querida Parreirinha (a nossa casa em Évora onde somos sempre tratados bem demais) para um copo, e fomos mais uma vez recebidos pela família Mendonça Mira com o carinho e a amizade que os caracterizam. Um Jantar de sonho, bem regado e com um alegre convívio entre elementos e amigos do grupo e de outros grupos! E as mirabolantes Estórias de vida do nosso Bomby! Mais uma vez o nosso muito obrigado aos pais e aos irmãos do Francisco por nos tratarem como família!

Voltei desapontado... mas ao mesmo tempo aberto à evolução das sortes... E já tenho aqui a minha aposta para o Campeão mundial de Dressage 2012!


ESPECTACULARIDADEEEEEEEEEEEE!!!

Um abraço a todos do vosso

João Vasco Lucas,
Luka Pirelli só para os amigos!

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei bastante do texto e concordo inteiramente com o mesmo, embora não tenha estado presente na edição deste ano da festa do forcado, no entanto não posso deixar de fazer o reparo que quem tem de que entrar no timing do cernelheiro é o rabejador e não o contrário.
Ou seja, o Francisco Mira é que devia ter entrado no timing do Mota Ferreira e não o contrário.

Abraço e boa sorte para amanhã.