31 agosto 2011

Nafarros 2011

Pelo 3º ano consecutivo fomos convidados para pegar na pacata vila de Nafarros, no passado dia 27. Compartilhamos cartel com o GFA de Vila Franca e com os cavaleiros, Luís Rouxinol, Ana Batista e António Brito Paes. Os toiros pertenciam à ganadaria espanhola Hermanos Garzon Murillo.


Senti que nesta corrida o Grupo poderia ter feito mais, e julgo que se assim fosse as coisas teriam corrido de outra maneira e certamente as lesões não teriam sido tantas:


Fábio – 1ª pega Luxação do ombro;


Rui Gil – 1ª pega Musculo da Lombar destruído e os valores do fígado alterados;


Miguel Souto – Dobrado na 2º pega após ficar desmaiado na arena após 2ª tentativa;


Pedro Miranda – 3ª pega Rotura de ligamentos do joelho.


Para o 1º toiro foi escolhido o Rui Gil, era um toiro violento a meter a cara e que entrava pelo grupo com muita pata. Esteve valente o Rui, apesar de não receber bem o toiro agarrou-se até às tábuas com muito querer e foi despejado com muita violência contra a Trincheira. Incapaz de voltar para fazer uma 2ª tentativa, foi para a dobra o seu irmão Pedro “Tita” Gil. Esteve como nos tem vindo a habituar, “tigre” e a fechar-se como ninguém.


No 2º da noite o Cabo escolheu o Miguel Souto, que após uma 1ª tentativa que parecia consumada para quase todo o público, o cabo mandou repetir a pega. O Miguel recebe o toiro e no primeiro derrote cai na arena, quando se levanta o toiro passa por ele, e o Miguel aproveita a oportunidade e “Pega-o”, com muita valentia aguentou muitos derrotes até o Grupo fechar. Na 2ª tentativa o toiro volta a demonstrar-se bastante violento, com um valente derrote que deixa o forcado inanimado. Para a dobra foi escolhido António Cortesão, já a sesgo pegou o toiro após duas tentativas muito valentes.


Para o último da noite foi escalado Pedro Miranda. Na minha opinião, o toiro mais “macio” da noite. Nas duas 1ªs tentativas o Pedro não terá entendido o toiro, e na 3ª tentativa o grupo vacilou. Apesar da vontade de pegar o toiro, o Pedro fez mais uma tentativa e acabou por sair lesionado e para a dobra foi o cabo. PP mostrou como devem ser resolvidos os problemas, com calma e cabeça fria. O toiro foi pegado à 5ª tentativa.


Desejo rápidas melhoras a todos os lesionados. Por fim queria também que esta corrida servisse para que todos pudéssemos reflectir sobres esta nossa actuação, apesar do comportamento dos toiros podíamos ter feito melhor…


Um abraço a todos e até Montemor-o-Velho,


Francisco Mira






24 agosto 2011

Malveira 2011

Fez, no passado dia 14 de Agosto, 67 anos que o nosso querido Mestre Nuno Salvação Barreto fundou o Grupo de Forcados Amadores de Lisboa. Tivemos a oportunidade de festejar essa data na praça de toiros da Malveira, uma praça que nos traz boas e más recordações, mas que acabamos sempre por sentir que é nossa.

Actuaram, nesse dia, os cavaleiros João Moura, Manuel Telles Bastos, Marcelo Mendes e ainda o jovem David Gomes que se estreava na sua terra. O curro pertencia à ganaderia Cabral Ascensão e ainda um novilho de Jerónimo Manzarra. Para as pegas, os grupos de Lisboa e Cascais.

A fardação foi em casa dos nossos queridos Pedro Nunes e Júlia, que nos receberam principescamente na sua fantástica casa com um belo lanche. O Nunes estava muito feliz por receber a rapaziada em sua casa e ainda nem sonhava como que se seguiria! O nosso Cabo resolveu fardar os mais novos e foi um ambiente muito divertido, como não me fardei, tive a oportunidade de ver alguns pormenores com outros olhos . O nervoso disfarçado do Martim Cosme Lopes na sua primeira fardação e logo no dia do seu aniversario, a alegria do Nunes por ter o seu grupo a fardar-se no seu quarto e o que me tocou mais que tudo, um pequeno PP Gomes atento a todos os pormenores da fardação e ao discurso do seu tio o cabo PP Gomes (sénior) . A Sofia que me desculpe mas… temos forcado!

A praça estava cheia e tudo se proporcionou para uma agradável tarde de toiros.

Os cavaleiros cumpriram com destaque para o estreante David Gomes que se entendeu na perfeição com um brilhante novilho da ganaderia Manzarra. Exibindo os seus reconhecidos dotes de equitador.

Para o primeiro toiro, o nosso cabo escolheu um forcado da terra, Rui Gil esteve à vontade com o toiro, citando de meia praça e em bom estilo, acabou por ter de pisar os terrenos do toiro para lhe provocar a investida. O toiro acabou por se parar a derrotar, mas o Rui esteve com garra e aguentou até à chegada do grupo.

Para o nosso segundo toiro, foi eleito o forcado Miguel Souto que tem vindo no seu ano de rodagem depois de uma boa pré-época de treinos. O Miguel esteve tranquilo e frente a um oponente que apresentava alguma dificuldade na configuração da córnea, conseguiu recuar como mandam as regras e executar uma boa reunião sendo prontamente ajudado pelo resto do grupo.

O Novilho lidado pelo debutante David Gomes foi pegado a meias com o grupo de Cascais. Para a cara, o cabo escolheu o nosso forcado Gonçalo Patrício, o mais experiente neste tipo de partilhas. O novilho negro zaíno com mais de 300 kg, o Patricío à cara e o trolha a rabejar diante de uma multidão que aplaudia em delírio… (onde é que eu já vi isto?)

O Gonçalo esteve toureiro e sem deixar os seus créditos por mãos alheias, fazendo lembrar aquele anúncio “tenho cara de puto, mas já sou muito rodado”. Boa pega à primeira tentativa.

Para o nosso último toiro estava guardado o melhor momento da tarde. Um toiro que não parecia tão fácil e muitas dúvidas na cabeça do nosso cabo. O desejo enorme de um forcado de eleição em pegar o toiro na sua terra, a pressão de alguns elementos, etc.

É fácil entender, o Pedro Nunes entrou para o GFAL à quase uma década e rapidamente conquistou o coração de todos, simpático, calado, prestável e um abnegado pilar das ajudas, tanto nas 1ªs como nas 2ªs o Nunes dá sempre tudo o que tem, sem nunca fazer alarde, é um exemplo máximo da palavra Humildade.

A vontade de pegar um toiro na sua terra rapidamente se estendeu a todo o grupo, fardados e não fardados e o nervosismo com o aproximar dos ferros curtos era enorme. Por fim, o nosso Cabo resolveu arriscar e dar o toiro ao Nunes. Explosão de alegria para todos!

O Nunes não acusou o nervoso, o olhar da Júlia denunciava o seu nervosismo, todo o grupo parecia em suspenso, sem respiração, citou com garbo e toreria, mostrando que quem sabe nunca esquece e quando reuniu aguentou derrotes para o alto até à entrada tardia do primeiro ajuda. Dei por mim com os olhos a tremer de felicidade… “ a pega da tarde”, o sorriso na cara do Nunes e de todos fez-me lembrar as palavras que tinha proferido no Vimioso no fim da corrida… “Quando se põe o nome do grupo à frente do nosso, sentimos as verdadeiras vantagens de sermos UM GRUPO, as tristezas dividem-se e as alegrias multiplicam-se”.

Embora não estivesse fardado, senti-me mais feliz naquele momento do que se tivesse feito uma boa pega numa primeira praça do país. Senti-me verdadeiramente privilegiado de pertencer ao lendário Grupo de Forcados Amadores de Lisboa que, neste dia tão, bem honrou o seu 67º aniversário e a memória do nosso querido Domingos Barroca.

No final da corrida, fomos convidados para jantar em casa do cavaleiro David Gomes onde passámos a meia noite com o nosso aniversariante Nuno Bonneville , no final os mais resistentes seguiram para as festas de Alcochete.

Abraço,

João Vasco Lucas

22 agosto 2011

Nazaré 2011

13 de Agosto de 2011
Praça de Toiros do Sitio da Nazaré
Cartel composto pelos Cavaleiros, João Moura; João Moura Caetano e Tiago Carreiras
Grupo de Forcados Amadores de Lisboa e de Portalegre capitaneados por Pedro Maria Gomes e Francisco Peralta respectivamente.
Toiros da Ganadaria: Maria Guiomar Cortes de Mora


Nazaré é uma praça que, desde sempre, diz muito ao Grupo de Forcados Amadores de Lisboa. Nesta noite, várias foram as emoções vividas pelo Grupo.

Era impossível não haver um sentimento de grande perda, pois nesse dia tinha ido a enterrar uma das nossas referências e, sobretudo, um Homem bom, amigo do seu amigo. Como é por demais óbvio, refiro-me ao enorme Domingos Barroca. Infelizmente, não tive o privilégio de o ver actuar em praça, mas de tudo o que tenho ouvido dos mais antigos (quer do nosso grupo, quer de antigos elementos de outros grupos da sua geração) tratava-se de um forcado de eleição, exímio em todas as modalidades da pega, quer como forcado da cara, cernelheiro, rabejador ou até mesmo como ajuda. É ainda recordado como um Homem extraordinário que deixa muitas saudades. Já muitos, com mais propriedade do que eu, lhe têm tentado prestar homenagem, mas gostava de aqui fazer referência a um texto escrito com bastante sentimento pelo amigo João Cortesão, publicado no “Farpas Blogue”, que pode ser consultado aqui.

Na primeira homenagem sentida que o grupo lhe prestou, foi bonito ver, que "esteve" connosco nas cortesias desta corrida!


No que à corrida diz respeito, assistimos a duas partes distintas. Na primeira, os toiros foram bravos e colaborantes e os cavaleiros souberam aproveitar essas características. Na segunda parte, a matéria-prima já não foi da mesma qualidade, mas também me pareceu que houve uma certa displicência dos ginetes.

Passemos então à actuação do nosso Grupo de Forcados Amadores de Lisboa!


Para a pega do 1º toiro, lidado pelo cavaleiro João Moura, foi escolhido justamente, o “Caso” da Nazaré, Francisco Mira. Se todas as pegas são momentos de enorme responsabilidade, esta ainda teve um carácter extraordinário, uma vez que coube ao Francisco em nome de todo o grupo, prestar homenagem ao Domingos Barroca com sentido brinde em direcção ao Céu.
O Francisco andou para o toiro (como poucos) com o seu cite toureiro tão característico, a deixar-se ver. O toiro saiu a seu mando, mas o Francisco não alegrou o toiro o suficiente e descompôs-se na altura da reunião, acabando por sair. Na segunda tentativa, manteve a calma, voltou a mandar no toiro e recuou como mandam as regras para obter uma reunião acertada. Uma pega bem ajudada por todo o grupo.

Para o nosso segundo toiro, lidado pelo cavaleiro Tiago Carreiras, o cabo resolveu dar mais uma oportunidade ao Miguel Nunes. Gostei de ver a calma e boa disposição do Miguel antes de saltar a trincheira, não acusando a responsabilidade e transmitindo confiança para os restantes elementos. Após ter brindado ao público, andou calmo e a deixar-se ver. O toiro mostrou-se um pouco tardo a arrancar, mas depois de um aviso dado pelo nosso Cabo, o Miguel carregou na altura certa e recuou bem conseguindo uma reunião de belo efeito. Pena foi que o toiro tenha afocinhado a meio da viagem. Mais uma vez, o grupo a ajudar coeso!

Para o último da noite, lidado novamente pelo cavaleiro Tiago Carreiras (o toiro que ia ser lidado pelo cavaleiro João Moura Caetano era “mal visto”, pelo que foi recolhido aos curros para ser substituído pelo sobrero) um toiro que se defendia com a cara alta após a cravagem dos ferros, foi escolhido o Pedro Gil. Pela hora já adiantada, esta pega marcou o início das comemorações do 67º aniversário do Grupo. O Pedro brindou ao Grupo de Portalegre em resposta ao simpático brinde que nos foi feito pela memória de Domingos Barroca. Mandou na investida e recuou bem, tendo aguentado dois fortes derrotes para concretizar uma boa pega, novamente com o grupo todo coeso a ajudar.

Terminada a corrida e, apesar de no dia seguinte termos corrida na Malveira, fomos cear a S. Martinho do Porto. Em ambiente de festa pelos 67 anos do Grupo e certos de termos dignificado todos os que já envergaram a nossa jaqueta, especialmente, o nosso Domingos Barroca!


Pelo Grupo de Forcados Amadores de Lisboa

Venha Vinho!
Venha Vinho!
Venha Vinho!

Nuno Maria Bonneville

12 agosto 2011

Com o seu Grupo

Que Deus o proteja!


Alguns momentos de Domingos Barroca










Domingos Barroca



Faleceu hoje no hospital de Vila Franca de Xira o Forcado Domingos Barroca Pinheiro.

Apesar de nunca o ter visto pegar, cresci a ouvir as mais belas histórias de valentia e de superação, todas protagonizadas pelo nosso grupo, e em todas elas havia um denominador comum… o “Barroca”.

Forcado de inesgotáveis recursos, portador duma polivalência que não está ao alcance de qualquer um que veste uma jaqueta, era sobretudo pela sua forma de estar que o "Barroca" conquistava as pessoas.

Nascido em Salvaterra de Magos em 1947, levou toda a sua vida ligado ao campo. Homem regrado, simples e afável, o Barroca tem no historial do Grupo de Forcados Amadores de Lisboa e na história da Forcadagem Nacional, uma página de relevo, não pela grave lesão que um toiro de Assunção Coimbra lhe impôs no Campo Pequeno, mas pelas grandiosas pegas de caras que executou com a jaqueta do grupo de todos nós.

Infelizmente, aos sessenta e quatro anos de idade, o Domingos deixou-nos fisicamente, mas a sua memória ficará perpetuada na História dos Grandes Forcados de Portugal.

O corpo segue hoje do Hospital de Vila Franca de Xira, para a Igreja de Vila Nova da Rainha, sendo o funeral às 10:00 horas de amanhã.

O Grupo de Forcados Amadores de Lisboa deseja a toda a Família sentidas condolências.

03 agosto 2011

Digressão com partida a 4/08 e vinda a 8/08

Longe vão os tempos das inúmeras digressões por época, os tempos são outros e é cada vez mais dificil arranjar corridas para podermos estar juntos durante alguns dias. Mas este ano o nosso amigo Paulo Pessoa de Carvalho, convidou-nos para uma corrida em Vimioso e como são muitos kms a percorrer, decidimos logo ir de... antevéspera. Depois surgiu também a tradicional corrida em Albufeira, assim a digressão começa logo na 5ªfeira e só vai acabar no domingo de madrugada.

Vamos percorrer ao todo, se não houver desvios, 1689 kms...percorridos entre: Lisboa-Albufeira; Albufeira-Lisboa; Lisboa-Viseu; Viseu-Bragança; Bragança-Vimioso e finalmente Vimioso-Lisboa, realmente quem corre por gosto não cansa.

Em Viseu dormimos na Quinta do Fernando Jorge e em Bragança dormimos na Pousada da Juventude de Bragança.

As familias, namoradas e amigas não se preocupem e quando estiverem com saudades, é só irem à nossa página do Facebook, que vamos colocando fotografias e histórias da digressão.