08 agosto 2012

E assim se passou por Paio Pires


Foi com uma praça cheia que a Aldeia de Paio Pires regressou aos toiros. É verdade que era uma praça desmontável, mas mais vale uma desmontável cheia que uma monumental às moscas.

À chegada a Paio Pires, ao final da tarde, já se respirava festa, a dos toiros mas não só, porque por estes dias celebra-se lá a Nossa Senhora da Anunciada.

Comecemos então pelo pior para ir em crescendo. O frio. Muito frio para Agosto na Aldeia de Paio Pires, o que sobrecarregava os artistas com a responsabilidade de aquecer o ambiente e manter os aficionados à temperatura ideal. Assim o conseguiram. A praça manteve-se cheia até ao fim da corrida.

Em competição com São Pedro esteve a ganadaria Prudêncio, que quase conseguiu enviar um curro mais pobre que a meteorologia. No entanto, os toiros são como os copos de água. Podemos vê-los meio cheios ou meio vazios. Estes estavam meio cheios, porque acabaram por cumprir. Quem vê trapios não vê corações e os toiros acabaram por ser melhores do que a sua apresentação prometia.

Aos Amadores de Lisboa cabia-lhes os seis da noite e o Grupo compareceu em grande forma, dando um bom espectáculo.

O primeiro da noite, lidado a cavalo por Francisco Núncio, foi pegado à segunda tentativa pelo estreante na cara Manuel Correia.

Para a cara do segundo, lidado a cavalo por Ana Batista, foi o Martim Cosme Lopes, que é provavelmente o mais jovem forcado do mundo. Em Paio Pires, e para provar que o talento que tem demonstrado não é sorte de principiante, pegou à terceira tentativa.

O terceiro, lidado a cavalo por Gilberto Filipe, seria bem pegado pelo João Galamba, à segunda tentativa. Nota ainda para o João Dias Abreu que nesta corrida deu 4 2ªas ajudas e uma 1ª.  Neste toiro foi premiado, justamente, com uma chamada à Praça para agradecer nos médios.

Durante o intervalo, a Comissão Taurina de Paio Pires quis homenagear os forcados António José Casaca, Luís Segão e Nélson Lopes pelo forte contributo que têm dado à festa brava naquela localidade e por serem “exemplos cívicos para as gentes de Paio Pires”. Naturalmente que a esta homenagem se junta o Grupo, os familiares e amigos destes três forcados.

Um deles, o Nélson Lopes, seria mesmo quem ia à cara do quarto toiro da noite, lidado a cavalo por Francisco Núncio. Foi pegado à primeira tentativa. A dar primeiras estava outro homenageado, o Luís Segão.

O quinto da noite, lidado a cavalo por Ana Batista, pertenceu ao João Varanda, também a estrear-se, e muito bem, com uma pega concretizada à primeira tentativa.

O último toiro, lidado por Gilberto Filipe e que lhe valeu o troféu de melhor lide da noite, caberia ao João Luz, que também só precisou de ir lá uma vez, rematando uma segunda parte melhor que a primeira, embora toda a corrida, como já referi, tenha sido elevada, festiva e com os artistas, em particular o Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, porque é no Vosso espaço que escrevo, a esforçar-se por dar um bom espectáculo, como sempre faz, mas neste caso com a responsabilidade maior de estar a actuar numa terra que teve de esperar muito tempo para voltar a ter toiros.


Parabéns ao Grupo e Sorte para as próximas corridas. 


José Pedro Silva

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