Foi com uma praça cheia que a
Aldeia de Paio Pires regressou aos toiros. É verdade que era uma praça
desmontável, mas mais vale uma desmontável cheia que uma monumental às moscas.
À chegada a Paio Pires, ao final
da tarde, já se respirava festa, a dos toiros mas não só, porque por estes dias
celebra-se lá a Nossa Senhora da Anunciada.
Comecemos então pelo pior para ir
em crescendo. O
frio. Muito frio para Agosto na Aldeia de Paio Pires, o que sobrecarregava os
artistas com a responsabilidade de aquecer o ambiente e manter os aficionados à
temperatura ideal. Assim o conseguiram. A praça manteve-se cheia até ao fim da
corrida.
Em competição com São Pedro
esteve a ganadaria Prudêncio, que quase conseguiu enviar um curro mais pobre
que a meteorologia. No entanto, os toiros são como os copos de água. Podemos
vê-los meio cheios ou meio vazios. Estes estavam meio cheios, porque acabaram
por cumprir. Quem vê trapios não vê corações e os toiros acabaram por ser
melhores do que a sua apresentação prometia.
Aos Amadores de Lisboa cabia-lhes
os seis da noite e o Grupo compareceu em grande forma, dando um bom
espectáculo.
O primeiro da noite, lidado a
cavalo por Francisco Núncio, foi pegado à segunda tentativa pelo estreante na
cara Manuel Correia.
Para a cara do segundo, lidado a
cavalo por Ana Batista, foi o Martim
Cosme Lopes, que é provavelmente o mais jovem forcado do mundo. Em Paio Pires , e para
provar que o talento que tem demonstrado não é sorte de principiante, pegou à
terceira tentativa.
O terceiro, lidado a cavalo por
Gilberto Filipe, seria bem pegado pelo João Galamba, à segunda tentativa. Nota
ainda para o João Dias
Abreu que nesta corrida deu 4 2ªas ajudas e uma 1ª. Neste toiro foi premiado,
justamente, com uma chamada à Praça para agradecer nos médios.
Durante o intervalo, a Comissão
Taurina de Paio Pires quis homenagear os forcados António
José Casaca, Luís Segão e Nélson Lopes pelo forte contributo
que têm dado à festa brava naquela localidade e por serem “exemplos cívicos
para as gentes de Paio Pires”. Naturalmente que a esta homenagem se junta o
Grupo, os familiares e amigos destes três forcados.
Um deles, o Nélson Lopes, seria
mesmo quem ia à cara do quarto toiro da noite, lidado a cavalo por Francisco
Núncio. Foi pegado à primeira tentativa. A dar primeiras estava outro
homenageado, o Luís Segão.
O quinto da noite, lidado a
cavalo por Ana Batista, pertenceu ao João Varanda ,
também a estrear-se, e muito bem, com uma pega concretizada à primeira
tentativa.
O último toiro, lidado por
Gilberto Filipe e que lhe valeu o troféu de melhor lide da noite, caberia ao
João Luz, que também só precisou de ir lá uma vez, rematando uma segunda parte
melhor que a primeira, embora toda a corrida, como já referi, tenha sido
elevada, festiva e com os artistas, em particular o Grupo de Forcados Amadores
de Lisboa, porque é no Vosso espaço que escrevo, a esforçar-se por dar um bom
espectáculo, como sempre faz, mas neste caso com a responsabilidade maior de
estar a actuar numa terra que teve de esperar muito tempo para voltar a ter
toiros.
Parabéns ao Grupo e Sorte para as
próximas corridas.
José Pedro Silva
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