17 abril 2013

Festival nas Alcáçovas 14-04-2013


No passado dia 14 de Abril fomos actuar às Alcáçovas, terra de vários elementos dos Amadores de Lisboa e pela qual temos um carinho especial pois já fazemos quase parte da mobília. 
Tratava-se de um festival taurino a favor da associação Terra Mãe que tem vindo a desenvolver um louvável trabalho em prol de crianças e jovens em situação de perigo.

Era composto pelos Cavaleiros: Rui Salvador, Tito Semedo, Francisco Núncio, Ana Batista, António Maria Brito Paes, e o praticante Manuel Vacas de Carvalho.
Na lide apeada o novilheiro Mário Alcalde.
Lidaram-se exemplares das ganaderias: Prudêncio, Passanha, Eng. Jorge Carvalho, Pégoras, Jorge Mendes, Falé Filipe e Santiago.

No que ao nosso grupo diz respeito, a rapaziada começou a juntar-se cedo em casa do nosso elemento Ernesto Marujo, e mais uma vez fomos recebidos de maneira inigualável, a incansável Fatinha e toda a sua família fazem-nos sentir especiais ano após ano com todos os mimos. 

Na fardação sobressaía o clima de confiança e espiríto de grupo, após chamar a atenção aos elementos que chegaram atrasados, o nosso Cabo divulgou a lista dos eleitos para a tarde. Alguns elementos mais experientes para temperar uma aposta na juventude e a oportunidade que alguns aguardavam há muito tempo para poderem mostrar em praça a vontade de vestir esta jaqueta repleta de historial!

O nosso primeiro toiro, da ganaderia Santiago era um pouco mais reservado e o nosso cabo aproveitou para mandar à cara o forcado da terra Manuel Guerreiro, finalmente recuperado de uma lesão que o afastou das arenas, precisava de uma oportunidade para reaparecer e o facto de já ser um forcado experiente, tornava-o no forcado ideal para aquele toiro. O Manuel não defraudou as expectativas e mostrou que quem sabe nunca esquece. Mandou no toiro, reuniu bem, aguentou o derrote, apesar de ter passado pelas primeiras ajudas o grupo atrás acabou por fechar bem e sem dificuldades.

O nosso Segundo exemplar era da ganaderia Passanha e apesar de não ter a córnea ideal, não apresentava grandes dificuldades. 
O nosso cabo resolveu dar a oportunidade que o Eurico Medronheira aguardava há tanto tempo. 
O Eurico é um forcado de legado, o seu saudoso pai foi um importante elemento do nosso grupo e isso seria por si só um factor de preferência em relação aos outros elementos mais novos. Mas não foi isso que se passou, apesar de vir a todos os treinos e todas as corridas a conduzir desde Albufeira (!!!) a oportunidade tardou a chegar. Apesar de tudo o Eurico nunca desmoralizou, foi conquistando todos com a sua humildade, a sua simpatia e a sua vontade. E este ano esteve sempre bem e constante na pré temporada de treinos. 
Ao saltar à arena para pegar o primeiro toiro da sua vida, dirigiu-se ao centro e ergueu o barrete ao céu, foi um momento que nos emocionou a todos pois sabíamos que era um brinde direccionado ao seu Pai, ao nosso “Pisca”. 
Citou com calma, foi andando toureiro para o toiro entrou nos seus terrenos, sacou-se e reuniu com vontade. Ajudado sem problemas pelo grupo.
Mais um “Pisca” nas arenas, honrando o nome do seu pai e a jaqueta que ele sempre envergou! 

Para o nosso ultimo toiro, um Prudêncio que andou solto durante a lide o cabo escolheu o João Ricardo Mendes Pereira, outro forcado de Legado, filho de um grande Forcado do Grupo do Ribatejo e irmão de dois grandes pilares dos Amadores de Lisboa, mas também ele não teve preferência em relação aos novos elementos, teve oportunidades numa temporada, mas na seguinte esteve mal nos treinos e acabou por faltar algumas vezes, acabou por passar uma ano de mala às costas também sem nunca desanimar, sempre com um sorriso na cara e com uma consciência muito clara da hierarquia dentro de um grupo de forcados. Este ano redimiu-se nos treinos e finalmente voltou a bater as palmas a um toiro! 
E esteve bem,brindou a pega à nossa querida Fatinha Marujo e andou decidido para o toiro, este arrancou ao mando do forcado e a reunião foi decidida, num toiro que não tinha a investida muito clara foi a possível, lutou para ficar e o grupo fechou sem dificuldades.

Três pegas à primeira e a felicidade estampada na cara de todos os elementos.
Serviu este festival para confirmar que temos um timoneiro com ideias muito claras sobre o rumo deste nosso Grupo. O nosso cabo é duro mas justo, primeiro vem o nome e o historial do grupo e depois o nome dos forcados. 

Outro dia numa conversa com um aficionado, dizia-me ele que o que o fascinava mais num grupo de forcados era o respeito e a hierarquia vivida dentro do mesmo. Não interessava se era Cirurgião ou pedreiro, advogado ou padeiro, filho do primeiro ministro ou de um presidiário. Aqui são todos iguais e só conta o valor de cada um como Homem. 

Acho que tanto o Eurico como o João Ricardo têm isso bem interiorizado e que sabem agora dar o verdadeiro valor ao envergar a jaqueta. Parece-me que temos guerreiros para uns anos!
Uma palavra especial para o mais jovem elemento das Alcáçovas Duarte Mira que se fardou pela primeira vez neste dia, que siga o exemplo dos outros.

O jantar foi em casa do Ernesto com todas as mordomias e mais algumas. Uma vez mais o nosso obrigado à família Marujo por tudo!


Este sábado preparem-se para a “corrida” mais dura da temporada. Despedida de solteiro do Armando Nunes “rota do Toiro 2013”.

Um abraço a todos do vosso João Vasco Lucas.

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