13 agosto 2013

Figueira da Foz


720 quilómetros, 48 horas, 12 toiros, 3 praças, 1 grupo. São estes os números da mais recente digressão do Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, que começou em Paio Pires, passou pela Terrugem e acabou em grande na Figueira da Foz. É justamente sobre a festa na Figueira que tenho a honra de escrever. Foi no domingo, 4 de Agosto. 

A cidade estava calma e soalheira, mesmo com o furacão do Algarve nas previsões para o fim da tarde.

Ainda não eram quatro horas, já o Grupo estava reunido no hotel – para mal da sesta de alguns hóspedes – preparando-se para entrar em praça às cinco e meia com o Grupo do Aposento da Moita, Sónia Matias, Ana Baptista, Filipe Gonçalves, Marcos Bastinhas, Tiago Carreiras e Mateus Prieto. À sua espera tinham 6 toiros Varela Crujo.  

O primeiro da tarde e da recta final da digressão, com 510 quilos, deu uma boa prestação a Sónia Matias e acabou pegado à primeira tentativa pelo Cabo Pedro Maria Gomes. Estava bem aberta a praça e começava a desenhar-se com brilho o epílogo da digressão.

O terceiro da tarde, com 500 quilos, foi “vítima” do furacão do Algarve, que está a fazer uma temporada exuberante, massobreviveu para ser pegado, à primeira tentativa, pelo Daniel Batalha. Uma boa pega que deve ter feito o cavalo Xique, de Filipe Gonçalves, continuar a bater palmas já no pátio.

Depois, o quinto da tarde, o último do Grupo nesta digressão, era também o melhor e mais pesado deste lote, com 560 quilos. Foi lidado por Tiago Carreiras. Regressaria depois da corrida ao campo. Nobre e sem derrotar muito, o touro não complicou, mas depois de uma primeira tentativa com falhas, acabaria por ser bem pegado pelo Pedro Gil à segunda tentativa.

Estava assim concluída mais esta digressão do GFAL, com uma boa actuação, numa boa corrida, onde só se lamenta um Coliseu Figueirense meio cheio.

Bom, haverá melhor forma de rematar 6 toneladas de toiros do que com 6 toneladas de marisco e vinho q.b.? Não, e por isso a festa passou para a “casa” da Rosa Amélia, grande Amiga do Grupo, que proporcionou a festa que o GFAL, depois desta grande jornada, merecia. Os brindes sucediam-se e creio que era possível ouvi-los em Coimbra. Só espero que no restaurante não estivessem também alguns hóspedes do hotel, porque se alguma coisa aprendemos com esta crise que o país atravessa, é que temos de distribuir os sacrifícios. Ou não.

Uma palavra também para os muitos discursos que foram feitosmas em particular para os discursos do Cabo – queneste fim-de-semana de peso provou, uma vez mais e sem margem para dúvidas, estar à altura da missão que lhe foi confiada  dos Veteranos – que confirmaram com a sua grande experiência o bom momento que o Grupo atravessa – e para o discurso da Rosa Amélia – que trouxe um parte da história do GFAL para a mesa, lembrando emocionada a amizade que a une ao Grupo e que deve ao Seu Aníbal.



E foi assim na Figueira da Foz. Espero ter conseguido transmitir o ambiente que lá se viveu, embora deva confessar a enorme dificuldade que senti, pois há momentos em que à pergunta “como foi?”, só nos ocorre dizer “foi lindo”, pois nem sabemos por onde começar, se pela boa corrida, pelas boas pegas, pela grande festa ou pela celebração da união, da amizade e da entrega que se vê no Grupo. Enfim, foi lindo.

Mas agora, e para terminar, deixemo-nos de pieguices, porque este Grupo, depois de 720 quilómetros, 48 horas e 12 toiros,numa altura em que só devia pensar em cerveja e massagens, como as vacas Wagyu , já estava com a cabeça em Vinhais, no fim-de-semana seguinte, corrida cuja crónica só aguarda a publicação desta. E à hora a que escrevo, já as atenções se viram para Alcácer do Sal, onde o grupo celebra o seu 69.º aniversário. São umas atrás das outras. Nem dá para se fazer uma crónica sossegado. Já nem sei sobre que corrida era a minha crónica.

Parabéns ao GFAL. Muita sorte.  

Zé Pedro Silva

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