14 agosto 2007

Corrida dos 50 Anos da RTP no Campo Pequeno



Foi no passado dia 09 de Agosto, que se realizou a corrida comemorativa dos 50 anos da RTP. A estação televisiva estatal sempre se pautou pelo apoio do que é manifestamente símbolo da Cultura Portuguesa, nomeadamente a festa dos Toiros.
Não podia ter escolhido melhor forma para o fazer, comemorando o seu cinquentenário com uma Corrida de Gala à Antiga Portuguesa na “novíssima” Centenária Praça de Toiros do Campo Pequeno.
Desde que “reabriu” acho que muito poucas vezes senti o “ambientazo” que se vivia nesse dia nesta praça. Lotação completamente esgotada desde as últimas horas de quarta-feira e um público que pelas 21:30 já proporcionava um espaço à “cunha” para assistir ao espectáculo desde o início, fosse sempre assim…
Foi muito bom rever uma Corrida de Gala à Antiga Portuguesa com todo o seu esplendor.
Desde o Neto até aos pajens, aos coches culminando no momento mais hilariante que contou com a presença do Pedro Maria Gomes, Francisco Mira, do João Mota Ferreira e do cabo José Luís Gomes. A parte em que a estrela, é a mula.
Sendo uma corrida transmitida pela RTP e de contornos especiais, uma nota positiva para uma estrutura com um cubo de plasma onde era possível ver imagens de antigas corridas TV e onde foi possível assistir às repetições do que ia acontecendo de importante na Arena, gostei!
Mas vamos ao que interessa e que me trás aqui, a prestação do Grupo de Forcados Amadores de Lisboa e o comportamento dos toiros da ganaderia de Pinto Barreiros.
Os toiros, muito embora não tenha sido o melhor curro que já vi sair este ano, em conjunto com a entrega dos restantes intervenientes no espectáculo acabaram por dar um bom jogo com pesos a oscilar entre os 530 e os 602kg.

Para o nosso primeiro toiro da corrida, 2º da Ordem lidado pelo Cavaleiro da “Torrinha”, António Ribeiro Teles , foi chamado para a cara o Francisco Mira.

Habituado às lides da TV, o Francisco com um cite elegante e com classe andou com confiança para o toiro tendo protagonizado uma tentativa com uma viagem espectacular, viagem essa que apesar de não lhes criar grandes responsabilidades, me parece ter surpreendido os ajudas.
Já perto das tábuas e após o Francisco ter aguentado tudo o que era possível, o toiro fez um estranho e tirou a cara por baixo impossibilitando o consumar da pega à primeira.
Na Segunda tentativa o toiro arrancou-se de pronto e com uma boa 1ª ajuda do Mota Ferreira e forte coesão do grupo nas ajudas, proporcionou uma boa pega à 2ª sem problemas de maior.

Para o Segundo que nos calhou em sorte, 5º da Ordem, lidado pelo João Moura Caetano, foi chamado o recém-casado, João Vasco Lucas.
Quanto a mim, era o toiro mais difícil no que à pega diz respeito.

O João andou bonito para a cara do toiro e carregou com decisão mas o toiro saiu solto e entrou muito por alto o que dificulta e, muito, a vida a um “barbeleiro” impossibilitando a concretização da pega à primeira.
Desta tentativa resultaram duas coisas, 1º a lesão do 1º ajuda José Carlos Eusébio, que foi atingido em cheio na cara com um piton tendo ficado inanimado na arena e o 2º momento consistiu na demonstração de amizade e do espírito do que é ser forcado, protagonizado pelo Alexandre Carriço (Marrão) que numa altura em que o toiro persistia em investir no Zé Carlos, se pôs em cima deste para fazer de “escudo humano”, sem dúvida, um dos momentos da noite.
Na segunda tentativa e já com o Mota Ferreira a dobrar o Zé Carlos nas 1ªs (boa ajuda), o João voltou “para comer” e com uma enorme coesão das ajudas realizou uma pega rija e de belo efeito.

Alternavam connosco o Grupo de Forcados Amadores de Santarém e o Grupo de Forcados Amadores do Aposento da Moita, capitaneados respectivamente pelo, Pedro Graciosa e pelo Tiago Ribeiro.

Pelos escalabitanos pegou o Diogo Sepúlveda à 2ª tentativa (tendo sofrido uma lesão grave num olho por causa de uma bandarilha) e o João Pedro Seixas Luís à 1ª após um simpático brinde na “nossa” praça ao Grupo de Forcados Amadores de Lisboa.
Pelos da Moita, pegaram o João Camejo e o Netinu Wen, ambos à 1ª tentativa.

Como nota final, acho que já é mais do que tempo de se fazer alguma coisa em relação ao perigo que representam as bandarilhas. Até admito o argumento de que bandarilhas que já se experimentaram não castiguem suficientemente os toiros e com isso, saia prejudicado o espectáculo, mas de uma coisa tenho a certeza, os castigados, não podem de todo, continuar a ser os mesmos, ou seja, nós.

Despeço-me desejando as rápidas e francas melhoras ao Zé Carlos Eusébio e ao Diogo Sepúlveda!

Um Grande Abraço,

Nuno Maria Bonneville

1 comentário:

Anónimo disse...

Quero dar os parabéns ao grupo pela corrida do Campo Pequeno e desejar rápidas e francas melhoras ao José Carlos Eusébio.Manuela